5 anos ago · Gilberto Mattielo
Pequenas Responsabilidades
Enxugar a louça. 🍴 Essa foi a primeira tarefa doméstica fixa a qual tive que fazer desde bem novo.
Tudo começou com a visita da minha mãe à casa de uma amiga que tinha filhos. Em algum momento da visita, o filho, que era da minha idade, estava secando a louça.
Não deu outra! Ao chegar em nossa casa, minha mãe vira pra mim e diz que a partir daquele dia seria eu quem enxugaria a louça.
Lembro da raiva que fiquei do moleque. 😡 Por que ele tinha que estar enxugando a louça justamente quando estávamos lá?
Mas não adiantava minha revolta em pensamentos e resmungos dirigidos à minha mãe; secar e guardar a louça seriam minhas atividades fixas e ponto.
Lógico que durante todo o tempo que morei com meus pais, realizava outras tarefas: arrumar a cama, tirar o pó, recolher a roupa do varal, dar comida pro cachorro… Porém, a louça era sagrada, não tinha como eu escapar.
………..
Há aproximadamente um mês, terminei de ler o livro 📘 de William H. McRaven chamado “Arrume a sua Cama”.
O autor, almirante aposentado da Marinha dos Estados Unidos responsável pela operação de captura de Osama Bin Laden, e atualmente Reitor da Universidade do Texas, conta em seu livro de pouco mais de 120 páginas, como pequenas atitudes podem mudar a sua vida… e talvez o mundo (isso, inclusive, é o subtítulo do livro).
Dentre as várias histórias e lições extraídas de sua trajetória de 37 anos como SEAL (Força de Operações Especiais da Marinha americana), McRaven conta sobre as inspeções que seus superiores realizavam nos alojamentos, principalmente na verificação da arrumação das camas 🛏️, e a punição que tinham caso tal atividade não estivesse a contento.
Em suas próprias palavras, “arrumar a cama corretamente não seria motivo de elogio. Era o que se esperava de mim. Era minha primeira tarefa do dia, e executá-la bem era importante. Demonstrava disciplina. Revelava minha atenção ao detalhe e, no fim do dia, seria um lembrete de que eu havia feito uma coisa da qual poderia me orgulhar, não importa quão pequena fosse”.
Achei bem interessante a importância que um pequeno ato tinha para quem enfrentava situações de sobrevivência e conflito as mais extremas possíveis.
Já no meu mundo, parafraseando o autor, secar e guardar a louça também não era motivo de elogio, era o que se esperava de minha ajuda em casa. Executá-la bem também era fundamental, afinal, quebrar pratos e copos não é e nem era nada agradável. Tal atividade demonstrava minha disciplina em deixar todo dia o que eu estava fazendo para ajudar minha mãe; revelava minha atenção aos detalhes para que não deixasse passar sujeira após a lavagem e para que a louça não fosse guardada úmida ou no lugar errado. Por fim, o dever cumprido ao término da tarefa me deixava feliz em ter podido contribuir em casa.
Para McRaven, “é a vida cotidiana que precisa dessa sensação de organização. Nada pode substituir a força e o conforto da fé, mas às vezes o simples ato de arrumar a cama pode nos dar o estímulo de que precisamos para começar o dia e a satisfação de terminá-lo bem. Se você quer mudar a sua vida, e talvez o mundo, comece arrumando a sua cama!”.
Hoje percebo o quanto aquela pequena responsabilidade de enxugar a louça teve importância para quem me tornei.
E você? Qual pequena responsabilidade do passado ajudou a formar a pessoa que você é hoje?
Deixe seu comentário, curta, compartilhe! 😉
Um abraço
Texto: Psicólogo Gilberto Mattielo
Photo by Jim DiGritz on Unsplash
Indicação de Livro:
Arrume a sua cama: Pequenas coisas que podem mudar a sua vida… E talvez o mundo – William H. McRaven
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Tags: caráter, cotidiano, formação, infância, psicologia, responsabilidades, tarefas Categories: Coaching, Psicologia