Cultivando relações
de confiança

Ser curioso e gostar de ouvir histórias. Talvez tenha sido isto mesmo que me levou até a Psicologia. Porém, deixe eu te contar outros fatos que influenciaram.

Meu pai era bancário e, como acontece com muitos que são dessa área, transferências para outras cidades acabam sendo relativamente frequentes. No caso da minha família foi assim. A cada quatro, no máximo cinco anos, mudávamos de cidade.

Agora imagine uma criança ou adolescente tendo que mudar para uma cidade desconhecida, recomeçando as aulas numa turma nova e na metade do semestre. Não era muito fácil, porque a receptividade nem sempre era das melhores, afinal, pertencer a um grupo geralmente não se dá de uma hora para outra.

Diante deste cenário, o que me restava?

Ouvir e perguntar!

Tais vivências foram importantíssimas para minha constituição enquanto sujeito, pois me ensinaram a ter paciência, resiliência, observar situações e saber superar ocasiões desfavoráveis.

Além disso, a partir do momento em que as pessoas percebiam que estavam recebendo atenção quando eu as escutava e me interessava por elas, um laço de confiança começava a ser formado.

Ao perceber essa situação, passei a valorizar cada vez mais quando alguém confiava a mim alguma informação. E, se em decorrência disso, eu pudesse contribuir de alguma forma, melhor ainda.

E enfim chegou a época da aprovação no vestibular. Duas opções nas mãos: Universidade privada a duas quadras de casa ou universidade pública na capital. Não titubeei em escolher a segunda opção; e nem foi pelo prestígio que estudar numa universidade federal possibilitaria, mas sim para começar a trilhar meu próprio caminho, ser o ator de minhas próprias mudanças.

Obviamente não sem algumas dificuldades, principalmente financeiras, uma vez que a situação econômica dos meus pais na época estava bastante ruim. Porém, consegui logo nos meus primeiros dias de aula, por meio de aprovação em um processo seletivo, me tornar morador de uma casa de estudantes, curiosamente também localizada a duas quadras da universidade.

Os próprios estudantes (cerca de 80) geriam a casa, com os gastos divididos entre todos. Assim meu custo de moradia era baixo, não tinha gastos com transporte devido à proximidade com o câmpus, e a alimentação fornecida pelo Restaurante Universitário custava somente R$ 1,30! Isto tudo foi fundamental para minha permanência na capital.

Foram anos inesquecíveis!

Professores exigentes e excelentes, colegas dedicados, primeiros pacientes no estágio da psicologia clínica, amigos para a vida toda, relacionamentos amorosos ora sofridos ora revigorantes, shows de rock, aventuras nas trilhas da Serra do Mar, aprendizados excepcionais de gestão nos cargos realizados na casa de estudante, formatura e finalmente o temível mercado de trabalho.

E a primeira experiência profissional não poderia ter sido mais frustrante. Ao sair da universidade, um colega e eu montamos uma empresa de psicologia organizacional, e com ímpeto, coragem e ousadia desmedida, miramos grandes empresas e multinacionais. Obviamente não daria certo! Não para dois recém-formados. Resultado: um ano de empresa aberta e zero contratos firmados.

Meu sócio, na sequência, passou em um concurso público, e eu voltei para casa.

Não havia passado muito tempo quando ele me avisou que estava aberto concurso para psicólogo em três campi de uma universidade federal da minha região. Olhei no mapa, escolhi a cidade mais próxima da minha, e me embrenhei nos estudos. Uma vaga apenas… mas, com esforço e comprometimento aos estudos, acabou se tornando minha.

Desde 2010, portanto, sou servidor público federal de uma instituição de ensino, no cargo de Psicólogo Organizacional. Há quase 10 anos na função de coordenador de gestão de recursos humanos de uma instituição com quase 300 servidores.

E durante esse período outras oportunidades foram surgindo e experiências foram sendo adquiridas, como palestras e consultorias em empresas. Mas talvez a mais desafiadora delas foi a de ser professor.

Antes de começar com a docência, eu não conseguia me imaginar ministrando várias aulas, de quase 8 horas no dia, para uma mesma turma de um Programa de Formação de Professores; ainda mais com o desafio de falar para pessoas que, na prática, já eram professores há muitos anos. Eu sempre tinha a impressão de que não teria tanto conteúdo para ser abordado e não daria conta do recado. No fim, tudo deu certo, e foi uma das experiências profissionais mais sensacionais que tive e continuo tendo a cada um ano e meio em média.

E a clínica?

Minha paixão! Nunca deixei de lado.

Após o expediente tenho minha agenda aberta para ela numa clínica multidisciplinar na cidade em que moro. É lá, e também online, que posso contribuir com minha experiência e meus valores para que as pessoas possam ter uma vida com mais sentido.

Atualmente concentro meu trabalho em duas frentes:

Psicólogo: terapia na abordagem psicanalítica, com experiência em psicologia positiva, inteligência emocional, valores, projeto de vida, mudança e organização.

Coach: de carreira, finanças, organização, metas pessoais e profissionais.

Minha missão?

Gerar relações de confiança, usando minha capacidade de ouvir, ser responsável, ter respeito e tolerância pelo próximo, para auxiliar as pessoas a conquistarem uma vida mais plena de entendimento e satisfação.

Vamos juntos?